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O Setor

O artesanato – é um sector que, aliado ao potencial económico e de criação de emprego, tem um significativo peso em termos sociais, culturais, patrimoniais e turísticos, com um papel importante para o país.

Atividade económica transversal a diversos sectores económicos ou sector composto por multiatividades organizadas em subgrupos com afinidades de técnicas e materiais (cerâmica, vidro, madeiras, etc.) mas de tal forma vasto e abrangente que acolhe em si o oleiro ou o serralheiro mas também o craft designer, numa matriz aberta e dinâmica que vê desaparecer atividades no derradeiro gesto do último dos seus profissionais e acolhe recém-chegados que imprimem novos olhares às velhas técnicas (re)criando novas atividades.

Exercício profissional de difícil e nem sempre consensual definição conceptual, fortemente comprometido com valores culturais, etnográficos e identitários encontrou, com a regulação legislativa do Estatuto do Artesão e da Unidade Produtiva Artesanal (Portaria 1193/2003 de 13 de Outubro), uma oportunidade estruturação.

Enquanto atividade económica o Artesanato sofre dos constrangimentos e debilidades estruturais da economia nacional e ressente-se com as conjunturas internacionais. Dela espera-se performance económica, capacidade de desenvolvimento socioeconómico, intervenção local e regional, atitude cultural, defesa do património e da memória…. Muitas são as expectativas para este sector que se tem desenvolvido pressionado ou impulsionado por elas.

Renovado nos anos oitenta através da Formação Profissional financiada e dos apoios á criação de emprego, o sector conta hoje com um conjunto de profissionais com níveis crescentes de escolaridade, preparação profissional adequada, competências na área do design, da gestão e das novas tecnologias.

Também a atitude da Administração Pública, se bem que nem sempre concertada, tem impulsionado o sector através da proteção, valorização e certificação das produções artesanais, dos programas de apoio às atividades artesanais, da organização e enquadramento do sector.

Hoje, como sempre, o sector mantém o desafio de se renovar, formando e atraindo novos profissionais, novas áreas, novos públicos reinventando a sua imagem e o seu valor aos olhos de todos.

O artesanato é hoje reconhecido oficialmente pelas suas potencialidades como motor do desenvolvimento a várias escalas, sendo múltiplos e de grande visibilidade os seus impactos, diretos e indiretos. Para além do valor cultural, histórico e patrimonial que lhe é inerente, o artesanato interfere nos tecidos económico e social, como fonte de rendimento e de emprego e é um fator de ligação das populações com o seu território.

O artesanato português, como o de outros países, confronta-se com vários desafios: como fazer articular a perspetiva técnica de produção artesanal com a qualidade técnica e estética dos produtos (singularidade, identidade territorial, adequação funcional, personalização, equilíbrio estético-artístico), com as novas lógicas comerciais (escala global, marketing/ promoção, venda “inteligente”, embalagem, rotulagem, etiquetagem), num quadro de oportunidades, de criação de produtos com características singulares pelos quais um número suficiente de compradores está disposto a fazer um esforço extra para os adquirir.

Recursos humanos do sector: novas motivações, novas qualificações

Existem grandes lacunas na qualificação dos profissionais que trabalham em artesanato e que nunca tiveram qualquer tipo de formação. Antes de surgir o CEARTE, há 24 anos, a aprendizagem era feita de pais para filhos e o artesão detinha apenas o saber fazer. Faltava-lhe a técnica, o design, as competências de inovação e de comercialização.

Nos últimos anos, através da formação, e muito devido à ação do CEARTE, foi introduzido no Artesanato um novo fôlego expresso na criação de novas unidades produtivas e no aparecimento de jovens artesãos que, com níveis crescentes de escolaridade, com preparação profissional adequada, muitas vezes munidos de competências na área do design, da gestão e das novas tecnologias, se deixaram seduzir pela cerâmica, pelo vidro, pelas madeiras, pelos têxteis, e que optam pelas Artes e Ofícios como projeto profissional, garantindo, com qualidade acrescida, a sua continuidade e desenvolvimento.

A importância da formação profissional no sector

O CEARTE orienta a sua ação pela convicção que só haverá futuro para o Artesanato português se se apostar não em preços baixos mas na diferenciação, na qualidade e na excelência das produções. Para isso é necessário investir em três áreas estratégicas: tecnologias de produção, mercado e design/inovação. E aqui, a formação profissional é um instrumento valioso e decisivo.

É necessário criar uma verdadeira cultura de formação no Artesanato – i) formação inicial de jovens, uma vez que a elevação dos níveis de qualificação dos artesãos é a chave para a qualidade do Artesanato e o desenvolvimento de atividades deste sector; uma formação verdadeiramente qualificante apoiada numa boa preparação escolar de base alargada é hoje condição indispensável para o desenvolvimento sustentado de uma atividade profissional na área das Artes e Ofícios; ii) formação ao longo da vida para todos os artesãos é um elemento essencial para a valorização profissional e um fator estratégico de competitividade do sector do Artesanato; iii) mais e melhor formação – sobretudo mais formação contínua específica para todo o sector e melhor formação onde a qualidade e a exigência nos projetos, nos materiais, nos formadores, nas entidades formadoras e no perfil dos formandos seja uma garantia absoluta.

A formação do CEARTE assenta na aquisição de competências de banda larga tal como é proposto no “Estudo Sectorial para as Atividades Artesanais” da responsabilidade do IQF; é complementada com conhecimentos transversais de Gestão, Design, História e Tecnologias de Informação e Comunicação. Tem contribuído significativamente para o surgimento de muitos novos artesãos que são hoje o reflexo da inovação e do rejuvenescimento do sector assumindo outra postura, outros conhecimentos, outra forma de estar.

A formação é uma via, uma alavanca para a inovação e o desenvolvimento no Artesanato, ao dotar o artesão de mais e diversificadas competências, e uma maior consciência da necessidade de abertura a novos conhecimentos detidos por outros artesãos, em outros contextos - a consciência da necessidade de uma atualização e valorização permanente.

O CEARTE procura sempre:

ü  interpretar as necessidades formativas que nos chegam,

ü  encontrar uma equipa de formadores competentes, disponíveis e capazes de assumir a sua missão com entusiasmo;

ü  disponibilizar os meios adequados de suporte à formação, com vista à maior qualidade e eficácia possível.

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